Durante as Invasões Francesas, o povo de várias aldeias da região refugia-se na igreja do Convento da Tabosa, acolhidos pelo frade Frei José, na esperança de escapar da violência e pilhagens das tropas invasoras. Perante a aproximação iminente dos soldados franceses, o frade e os aldeões recorrem a uma ideia engenhosa, movidos pela fé e desespero. Recolhem imagens religiosas de todas as igrejas e capelas da região e colocam-as, iluminadas por velas e tochas, no mirante do mosteiro.
Com a luz projetada por detrás das estátuas e o efeito visual criado, os soldados franceses, ao se aproximarem, são enganados e acreditam que uma grande força militar portuguesa está concentrada no convento. Assustados, passam ao largo e desistem do ataque, deixando o convento e os refugiados em paz.
Esse “milagre” é uma combinação de astúcia humana e fé religiosa, onde o povo, liderado por Frei José, utiliza imagens sagradas para criar uma ilusão que acabará por salvar as suas vidas.
O conto de Aquilino Ribeiro, escrito em Paris no ano de 1913, explora a luta pela sobrevivência, a fé popular e a resistência do povo português contra as adversidades, a sua engenhosidade, colocando a fé como uma força capaz de trazer esperança e salvação em tempos de guerra.
